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Acordei tão atrasada que mal tive tempo pra fazer escovinha no cabelo e minha maquiagem básica. Não deu tempo pra experimentar metade do meu guarda-roupa e escolher o que vestir. Sacrilégio!
Passava das oito da manhã. Olhei de novo pro relógio, os minutos passando e eu atrasadíssima pra reunião de trabalho.
Vesti a calça preta, aquela com botões na lateral. Blusinha rosa, scarpin preto de salto alto. Repetia em alto e bom som: - Corre, Diva, corre!
Esqueci os brincos, mas tudo bem, lembrei dos anéis e pulseiras.
O trânsito estava um caos. A esquina da Avenida Paulista com a Brigadeiro Luís Antônio parada. - Abre farol, abre!
Quando entrei no escritório metade da diretoria me aguardava impaciente. Sorri simpática, tentando disfarçar minha aflição. Resolveram terminar o assunto durante o almoço. Retoquei a maquiagem, peguei a bolsa e lá fui eu rumo ao elevador. À minha frente o meu chefe, ao meu lado um cliente e atrás de mim uma secretária.
Já tínhamos chegado à rua quando senti algo estranho, ao mesmo tempo agradável, encostado em minha perna. Olhei pra baixo, nada vi. Continuei caminhando sobre meu salto alto. Quando chegamos ao restaurante – lotado – notei o olhar do cliente para meus pés. Novamente olhei pra baixo, estava tudo normal. Já estávamos acomodados à mesa, levantei pra escolher salada no buffet. Novamente aquela sensação, algo parecido com um gato roçando em meu tornozelo.
Escolhi escarola, tomates, rúcula e palmito, caprichei no azeite. Quando voltei à mesa, o cliente me disse: - “Diva, desculpe, mas preciso avisá-la. Acho que você está com um problema em sua calça”. Olhei pra baixo da mesa, em direção aos meus pés. Vi algo esticado, feito um rabo que saía da perna da calça e seguia uns cinqüenta centímetros em linha torta. Pude reconhecer imediatamente: meia-calça! Era uma meia-calça de cor preta que eu tinha usado junto com a calça, quando tirei deixei uma coisa dentro da outra. Na pressa de me arrumar, vesti sem reparar que lá estava a danada.
Se eu me levantasse pra ir ao toilette, desfilaria pelo restaurante com aquele rabo preto atrás de mim. A solução que encontrei foi simples: decidi puxar a meia ali mesmo, na mesa. Puxei, ela veio uns vinte centímetros e parou, entalou. Puxei, puxei, nada da meia-calça se soltar. Decidi então fazer o oposto, empurrei a meia, embolei tudo pra dentro da perna da calça. Um amontoado ridículo. Pedi licença, sem saber se ria ou se chorava. Por fim, fui rumo ao banheiro às gargalhadas, acho que eu parecia uma louca. Voltei tentando me recompor, mas o resto do almoço foi de risos e piadas. Não perdem oportunidade de comentar a história do "rabo de gata".
Pressa, inimiga da perfeição. Agora, toda vez que me visto eu sacudo as calças, vai que de novo saio por aí arrastando uma cauda?
Aqui você encontrará temas ligados a comportamento, relacionamentos e cotidiano.
É proibida a reprodução não autorizada dos textos deste blog, de acordo com a Lei nº9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que regula os direitos autorais.
Apresentação
Este blog nasceu no blog Janela das Loucas, onde assinava "Diva Latívia". Ali permaneci durante muito tempo, como autora principal das crônicas do blog. Redescobri que escrever é vital pra mim, guiada e editada por Abílio Manoel, cantor, compositor, cineasta e meu querido amigo. O Janela das Loucas não existe mais, Abílio foi embora pro Céu. Escrevo porque tenho esse dom divino, mas devo ao Abílio este blog, devo ao Abílio a saudade que me acompanha diariamente. Fiz e faço deste blog uma homenagem a aquele que se tornou meu irmão, de alma e coração. Aqui o tema é variado: cotidiano, relacionamentos e comportamento, em prosa e versos.
7 de jul. de 2010
DIVA E O RABO DE GATA
Acordei tão atrasada que mal tive tempo pra fazer escovinha no cabelo e minha maquiagem básica. Não deu tempo pra experimentar metade do meu guarda-roupa e escolher o que vestir. Sacrilégio!
Passava das oito da manhã. Olhei de novo pro relógio, os minutos passando e eu atrasadíssima pra reunião de trabalho.
Vesti a calça preta, aquela com botões na lateral. Blusinha rosa, scarpin preto de salto alto. Repetia em alto e bom som: - Corre, Diva, corre!
Esqueci os brincos, mas tudo bem, lembrei dos anéis e pulseiras.
O trânsito estava um caos. A esquina da Avenida Paulista com a Brigadeiro Luís Antônio parada. - Abre farol, abre!
Quando entrei no escritório metade da diretoria me aguardava impaciente. Sorri simpática, tentando disfarçar minha aflição. Resolveram terminar o assunto durante o almoço. Retoquei a maquiagem, peguei a bolsa e lá fui eu rumo ao elevador. À minha frente o meu chefe, ao meu lado um cliente e atrás de mim uma secretária.
Já tínhamos chegado à rua quando senti algo estranho, ao mesmo tempo agradável, encostado em minha perna. Olhei pra baixo, nada vi. Continuei caminhando sobre meu salto alto. Quando chegamos ao restaurante – lotado – notei o olhar do cliente para meus pés. Novamente olhei pra baixo, estava tudo normal. Já estávamos acomodados à mesa, levantei pra escolher salada no buffet. Novamente aquela sensação, algo parecido com um gato roçando em meu tornozelo.
Escolhi escarola, tomates, rúcula e palmito, caprichei no azeite. Quando voltei à mesa, o cliente me disse: - “Diva, desculpe, mas preciso avisá-la. Acho que você está com um problema em sua calça”. Olhei pra baixo da mesa, em direção aos meus pés. Vi algo esticado, feito um rabo que saía da perna da calça e seguia uns cinqüenta centímetros em linha torta. Pude reconhecer imediatamente: meia-calça! Era uma meia-calça de cor preta que eu tinha usado junto com a calça, quando tirei deixei uma coisa dentro da outra. Na pressa de me arrumar, vesti sem reparar que lá estava a danada.
Se eu me levantasse pra ir ao toilette, desfilaria pelo restaurante com aquele rabo preto atrás de mim. A solução que encontrei foi simples: decidi puxar a meia ali mesmo, na mesa. Puxei, ela veio uns vinte centímetros e parou, entalou. Puxei, puxei, nada da meia-calça se soltar. Decidi então fazer o oposto, empurrei a meia, embolei tudo pra dentro da perna da calça. Um amontoado ridículo. Pedi licença, sem saber se ria ou se chorava. Por fim, fui rumo ao banheiro às gargalhadas, acho que eu parecia uma louca. Voltei tentando me recompor, mas o resto do almoço foi de risos e piadas. Não perdem oportunidade de comentar a história do "rabo de gata".
Pressa, inimiga da perfeição. Agora, toda vez que me visto eu sacudo as calças, vai que de novo saio por aí arrastando uma cauda?
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3 comentários:
KKKKKKKKKKK !!!!
Amiga,
já saí correndo de casa para uma reunião em um lugar chiquéééésimo, usando um conjunto de saia + blazer lindos e um pé de sapato preto e outro azul com friso dourado.
O azul ficou bem destacado contra a meia fina preta....
Andei assim, tranquilamente, subindo e descendo escadas rolantes de shopping, etc, até que alguem me avisou.
Conclusão: tiraram até fotos, tão inacreditável foi que alguem estivesse andando assim, sem perceber....
Coisas de mulher moderna....e sem tempo!
bjks
Diva
Essa é digna da Diva mesmo....hehehehe
Beijos
A digníssima escritora esqueceu de escrever "miau", afinal gatas miam.
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