
Amanheceu um dia nublado e muito frio aqui na cidade de São Paulo. Mal abri meus olhos, ainda tonta de sono, murmurei: “oba, hoje é sábado!”. Ao meu lado, o meu par ainda adormecido. Cama quentinha, um convite pra continuarmos abraçados de conchinha.
Isso me fez lembrar minha mãe. Ano passado ela resolveu descobrir o que era, afinal de contas, essa história de “dormir de conchinha”. Com os óculos de grau na pontinha do nariz, endireitou-se na poltrona, interrompeu a leitura de uma revista e me perguntou: “dormir de conchinha é dormir profundamente?”. Rimos muito quando eu expliquei o significado. Mami ficou em silêncio uns instantes, acredito eu que lembrando o quanto era bom dormir de conchinha com meu pai.
O frio nos convida ao recolhimento, ao aconchego de nossos lares. Um filme na TV, um bom vinho. Existe algo mais romântico que namorar diante da lareira?
Aqui, enrolada em um xale de lã, termino o texto com os meus dedos congelados. E dá-lhe conchinha pra aquecer este dia, que promete temperatura baixa lá na rua e o calor da paixão aquecendo nossos corações.
Nenhum comentário:
Postar um comentário