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Escolhas equivocadas, possivelmente originadas no desejo imenso de ser feliz ao lado de alguém pra chamar de seu, isso pode levar a decepções imensas.
Família deveria se parecer com propaganda de margarina, todos sorrindo felizes sentados à mesa, os problemas abduzidos pelos reflexos do sol ao entrar pela janela da cozinha. Porém, não é bem assim que se toca o samba diário, não é mesmo?
Após a separação, isso há muitos anos atrás, em um domingo ela entrou em parafuso. Estava sozinha em casa, tinha escolhido não visitar a família naquele dia. Já tinha acordado estranha, sensação de vazio existencial. Não preparou seu almoço, nem saiu pra comprar algo pra comer. Ficou ali, estática, muitas horas sentada na sala, sem fazer nada e olhando pras paredes.
De repente, começou a escutar o vozerio dos vizinhos, que estavam recebendo visita. O aroma era de molho de macarrão. Risos, conversas ao longe, crianças brincando. Então, ela se sentiu a última criatura do planeta Terra. Dimensionou o fracasso que foi ter se casado, depois se divorciado, a dor de ter perdido não apenas o parceiro, mas tudo aquilo o que construiu: o seu sonho de felicidade a dois!
Alguns anos mais tarde, ela estava saindo dos escombros, torcendo pra que uma espécie de bomba inimiga não destruísse novamente seu longo processo de recuperação. E foi justamente nesse ponto que ela conheceu um novo alguém. Porém, mais de 40 anos, já tinha sido casada e ele idem. Não pretendiam formalizar a união e muito menos teriam filhos. Ficaram namorados.
Começo de relacionamento pode ser enroscado. Ela não queria que a família soubesse, tinha receio de ter problemas não apenas pra si, mas especialmente para seu novo amor. Ele tinha hábitos solitários, gostava de ler, caminhar sem ter com quem conversar. O namoro se arrastou até que ele conheceu uma garota de 25 anos, apaixonou-se, casou-se com ela na igreja, teve filhos.
E quanto à nossa amiga? Continua sozinha, mas agora está fazendo um novo curso de inglês, pratica ioga e começou uma faculdade de gastronomia. Sozinha, porém com o tempo e a energia preenchidos por afazeres que a impedem de voltar a sentir o aroma de molho de macarrão porta adentro aos domingos.
Amar é ótimo, mas pra quem sofreu um dia não é nada fácil. Sugiro aos corajosos reconstrutores de suas vidas que ousem, andem um passo além daquele que almejam. Pior do que sofrer a dor da separação é sentir-se um zero à esquerda, por nem sequer haver tentado. Abrace o sentimento, acredite no dia de amanhã. Pra ser feliz é preciso ter mais coragem do que juízo. Viver é uma aventura: curta o seu amor sem medo!
Aqui você encontrará temas ligados a comportamento, relacionamentos e cotidiano.
É proibida a reprodução não autorizada dos textos deste blog, de acordo com a Lei nº9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que regula os direitos autorais.
Apresentação
Este blog nasceu no blog Janela das Loucas, onde assinava "Diva Latívia". Ali permaneci durante muito tempo, como autora principal das crônicas do blog. Redescobri que escrever é vital pra mim, guiada e editada por Abílio Manoel, cantor, compositor, cineasta e meu querido amigo. O Janela das Loucas não existe mais, Abílio foi embora pro Céu. Escrevo porque tenho esse dom divino, mas devo ao Abílio este blog, devo ao Abílio a saudade que me acompanha diariamente. Fiz e faço deste blog uma homenagem a aquele que se tornou meu irmão, de alma e coração. Aqui o tema é variado: cotidiano, relacionamentos e comportamento, em prosa e versos.
24 de ago. de 2010
RECONSTRUINDO O AMOR
Escolhas equivocadas, possivelmente originadas no desejo imenso de ser feliz ao lado de alguém pra chamar de seu, isso pode levar a decepções imensas.
Família deveria se parecer com propaganda de margarina, todos sorrindo felizes sentados à mesa, os problemas abduzidos pelos reflexos do sol ao entrar pela janela da cozinha. Porém, não é bem assim que se toca o samba diário, não é mesmo?
Após a separação, isso há muitos anos atrás, em um domingo ela entrou em parafuso. Estava sozinha em casa, tinha escolhido não visitar a família naquele dia. Já tinha acordado estranha, sensação de vazio existencial. Não preparou seu almoço, nem saiu pra comprar algo pra comer. Ficou ali, estática, muitas horas sentada na sala, sem fazer nada e olhando pras paredes.
De repente, começou a escutar o vozerio dos vizinhos, que estavam recebendo visita. O aroma era de molho de macarrão. Risos, conversas ao longe, crianças brincando. Então, ela se sentiu a última criatura do planeta Terra. Dimensionou o fracasso que foi ter se casado, depois se divorciado, a dor de ter perdido não apenas o parceiro, mas tudo aquilo o que construiu: o seu sonho de felicidade a dois!
Alguns anos mais tarde, ela estava saindo dos escombros, torcendo pra que uma espécie de bomba inimiga não destruísse novamente seu longo processo de recuperação. E foi justamente nesse ponto que ela conheceu um novo alguém. Porém, mais de 40 anos, já tinha sido casada e ele idem. Não pretendiam formalizar a união e muito menos teriam filhos. Ficaram namorados.
Começo de relacionamento pode ser enroscado. Ela não queria que a família soubesse, tinha receio de ter problemas não apenas pra si, mas especialmente para seu novo amor. Ele tinha hábitos solitários, gostava de ler, caminhar sem ter com quem conversar. O namoro se arrastou até que ele conheceu uma garota de 25 anos, apaixonou-se, casou-se com ela na igreja, teve filhos.
E quanto à nossa amiga? Continua sozinha, mas agora está fazendo um novo curso de inglês, pratica ioga e começou uma faculdade de gastronomia. Sozinha, porém com o tempo e a energia preenchidos por afazeres que a impedem de voltar a sentir o aroma de molho de macarrão porta adentro aos domingos.
Amar é ótimo, mas pra quem sofreu um dia não é nada fácil. Sugiro aos corajosos reconstrutores de suas vidas que ousem, andem um passo além daquele que almejam. Pior do que sofrer a dor da separação é sentir-se um zero à esquerda, por nem sequer haver tentado. Abrace o sentimento, acredite no dia de amanhã. Pra ser feliz é preciso ter mais coragem do que juízo. Viver é uma aventura: curta o seu amor sem medo!
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