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Almoço em casa em pleno domingo. Metade da família gripada, a outra metade enrolada em cobertores. Um frio que ninguém merece. Deveria nevar, penso em começar um protesto: se é pra congelar, que seja ao estilo “white Christmas”!
Tocou o celular, deu uma preguiça enorme de atender. Depois de dez minutos tocou novamente, deixei a manta quentinha de lado e fui até à estante pegar o aparelho. Chamada perdida da minha amiga – não menos perdida – Alice.
Recebi um convite de última hora pro aniversário do filho menor dela. Pensei um pouco, calculei: nada pra fazer, eu em casa de gorrinho de lã, luvas e cobertor. Pensei mais um pouco e aceitei. Caprichei na pranchinha, vesti aquele casaco de lã que trouxe de minha viagem. Feliz, lá fui eu rumo à festinha. Já estava sonhando com brigadeiros.
Imaginei que encontraria seres humanos, em sua maioria, na faixa etária de cinco anos de idade. Que escutaria as músicas da Xuxa e teria que rir das graças sem graça de algum palhaço. Parcialmente acertei, havia um palhaço fazendo graça sem graça: o ex da Alice.
Incrível alguém tomar todas e ficar zuzubem em uma festinha de criança, mas o que esperar de um ex, não é mesmo? Lá estava o sujeito: trêbado! Primeiro ato: olhou pra mim e veio em minha direção. Com aquele bafo que derrubaria até um airbus, ele me abraçou esfuziante e disse: “Xe tá uma gata, Xoninha!”. Quis corrigi-lo, dizer que meu nome é Diva, mas achei melhor não contrariá-lo. Segundo ato: saiu me puxando pela mão, fui praticamente empurrada até a piscina de bolinhas e apresentada à mãe dele, que estava lá tomando conta dos netinhos. – “Mãe, exaki é a Xoninha, minha paixão de adolexênxia”. Fiquei estática, comecei a procurar com o olhar onde estava a Alice, só ela poderia me socorrer. Tanta gente, tantos infantes correndo pra todo lado, não conseguia encontrar a minha amiga!
Depois de aceitar uma dose de whisky, de sorrir com vontade de chorar, tive ainda que dançar não o “ilarilariê”, que eu previa escutar, mas sim rock dos anos 60, arrastada pelas mãos do dito cujo. A essa altura, Alice já tinha me visto e foi com grande alívio que consegui me desvencilhar de seu ex etílico. O resto da festinha foi tentando fugir do apaixonado pela “Xoninha”. Arrumei um cantinho e engrenei papo furado com os tios-avós da Alice, até já sei qual é o melhor chá pra combater reumatismo. Voltei ainda agora pra casa, morta de frio e de fome. Não consegui comer um só brigadeirinho e, pior, continuo sem beijinho!
Aqui você encontrará temas ligados a comportamento, relacionamentos e cotidiano.
É proibida a reprodução não autorizada dos textos deste blog, de acordo com a Lei nº9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que regula os direitos autorais.
Apresentação
Este blog nasceu no blog Janela das Loucas, onde assinava "Diva Latívia". Ali permaneci durante muito tempo, como autora principal das crônicas do blog. Redescobri que escrever é vital pra mim, guiada e editada por Abílio Manoel, cantor, compositor, cineasta e meu querido amigo. O Janela das Loucas não existe mais, Abílio foi embora pro Céu. Escrevo porque tenho esse dom divino, mas devo ao Abílio este blog, devo ao Abílio a saudade que me acompanha diariamente. Fiz e faço deste blog uma homenagem a aquele que se tornou meu irmão, de alma e coração. Aqui o tema é variado: cotidiano, relacionamentos e comportamento, em prosa e versos.
15 de ago. de 2010
SEM BRIGADEIROS E SEM BEIJINHOS!
Almoço em casa em pleno domingo. Metade da família gripada, a outra metade enrolada em cobertores. Um frio que ninguém merece. Deveria nevar, penso em começar um protesto: se é pra congelar, que seja ao estilo “white Christmas”!
Tocou o celular, deu uma preguiça enorme de atender. Depois de dez minutos tocou novamente, deixei a manta quentinha de lado e fui até à estante pegar o aparelho. Chamada perdida da minha amiga – não menos perdida – Alice.
Recebi um convite de última hora pro aniversário do filho menor dela. Pensei um pouco, calculei: nada pra fazer, eu em casa de gorrinho de lã, luvas e cobertor. Pensei mais um pouco e aceitei. Caprichei na pranchinha, vesti aquele casaco de lã que trouxe de minha viagem. Feliz, lá fui eu rumo à festinha. Já estava sonhando com brigadeiros.
Imaginei que encontraria seres humanos, em sua maioria, na faixa etária de cinco anos de idade. Que escutaria as músicas da Xuxa e teria que rir das graças sem graça de algum palhaço. Parcialmente acertei, havia um palhaço fazendo graça sem graça: o ex da Alice.
Incrível alguém tomar todas e ficar zuzubem em uma festinha de criança, mas o que esperar de um ex, não é mesmo? Lá estava o sujeito: trêbado! Primeiro ato: olhou pra mim e veio em minha direção. Com aquele bafo que derrubaria até um airbus, ele me abraçou esfuziante e disse: “Xe tá uma gata, Xoninha!”. Quis corrigi-lo, dizer que meu nome é Diva, mas achei melhor não contrariá-lo. Segundo ato: saiu me puxando pela mão, fui praticamente empurrada até a piscina de bolinhas e apresentada à mãe dele, que estava lá tomando conta dos netinhos. – “Mãe, exaki é a Xoninha, minha paixão de adolexênxia”. Fiquei estática, comecei a procurar com o olhar onde estava a Alice, só ela poderia me socorrer. Tanta gente, tantos infantes correndo pra todo lado, não conseguia encontrar a minha amiga!
Depois de aceitar uma dose de whisky, de sorrir com vontade de chorar, tive ainda que dançar não o “ilarilariê”, que eu previa escutar, mas sim rock dos anos 60, arrastada pelas mãos do dito cujo. A essa altura, Alice já tinha me visto e foi com grande alívio que consegui me desvencilhar de seu ex etílico. O resto da festinha foi tentando fugir do apaixonado pela “Xoninha”. Arrumei um cantinho e engrenei papo furado com os tios-avós da Alice, até já sei qual é o melhor chá pra combater reumatismo. Voltei ainda agora pra casa, morta de frio e de fome. Não consegui comer um só brigadeirinho e, pior, continuo sem beijinho!
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