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O tempo foi passando e, feito um cachecol tricotado ponto a ponto, o relacionamento deles dois foi evoluindo. De namoro recente a um namoro mais sólido, eles dois já tinham uma história em comum, mas os sonhos de ambos não eram compartilhados. Ela era idealista, gostava de novos desafios e tinha o olhar na linha do horizonte. Ele era mais chão, mais terra, usava as lições do passado como bússola no presente. Não sonhava. Ela queria casar, ele queria viver o momento atual sem alimentar expectativas futuras.
Um pequeno apartamento acolhedor, em um bairro agradável, apareceu em suas vidas em forma de oportunidade de morar junto. Ela pensou no casamento, ele pensou na aquisição imobiliária. Ela chegou a desenhar em um pedacinho de papel o futuro quarto. Fez contas, sabia o quanto custaria reformar armários, ter pra si mais gavetas. E ele pensou em morar sozinho, recebê-la nessa nova casa como visitante, ocasionalmente. Malinhas indo e vindo, essa a imagem dela que mais se adequava ao que ele pretendia. Sem laços, sem compromisso, sem passos maiores do que o tamanho de seu ideal celibatário.
No dia em que ele assinou a escritura de compra do imóvel já não estavam juntos mais. Ela tinha ido embora, em uma noite fria de inverno. Pegou a sacolinha de sempre, atirada em um canto minúsculo de uma sala menor ainda. Foi-se porta afora, sepultando sonhos que sonhou em vão. E ele, indiferente, dormiu em paz.
Relacionamentos sobrevivem de possibilidades reais, enfrentamento de dificuldades lado a lado. Relacionamentos bons alimentam-se de sonhos. O amor deles dois morreu de inanição, árido, seco, esmaecido. Hoje, ele vive feliz na casa nova e ela sumiu, simplesmente ela sumiu.
Hoje, muito cedo, despertei. Este texto parecia ferver em minhas ideias, queria transformar-se em uma nova história. Teria personagens com nomes que eu criaria. Talvez Elisa e Ernesto. Porém, eu me vi nessa história. Eu e malinhas que percorrem cinco quarteirões, entre minha casa e a casa de Divo Latívio. Triste perder o fio da meada, ver o cachecol desfazer-se, ponto a ponto. Triste ter os sonhos matados de fome e sede. Os olhos recém-operados, devido à cirurgia de catarata, evitei chorar. Ao invés de lágrimas, um texto. And the show must goes on. A vida não para, os sonhos se renovam, pois que rufem os tambores! E, apesar do dia tão nublado em minha São Paulo, admirei a linha do horizonte mais uma vez. A vida é maravilhosa, não vou desistir de ser feliz. Jamais! O amor que habita em mim cabe de modo justo no peito de um sonhador.
Aqui você encontrará temas ligados a comportamento, relacionamentos e cotidiano.
É proibida a reprodução não autorizada dos textos deste blog, de acordo com a Lei nº9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que regula os direitos autorais.
Apresentação
Este blog nasceu no blog Janela das Loucas, onde assinava "Diva Latívia". Ali permaneci durante muito tempo, como autora principal das crônicas do blog. Redescobri que escrever é vital pra mim, guiada e editada por Abílio Manoel, cantor, compositor, cineasta e meu querido amigo. O Janela das Loucas não existe mais, Abílio foi embora pro Céu. Escrevo porque tenho esse dom divino, mas devo ao Abílio este blog, devo ao Abílio a saudade que me acompanha diariamente. Fiz e faço deste blog uma homenagem a aquele que se tornou meu irmão, de alma e coração. Aqui o tema é variado: cotidiano, relacionamentos e comportamento, em prosa e versos.
19 de ago. de 2011
SONHOS NA LINHA DO HORIZONTE
O tempo foi passando e, feito um cachecol tricotado ponto a ponto, o relacionamento deles dois foi evoluindo. De namoro recente a um namoro mais sólido, eles dois já tinham uma história em comum, mas os sonhos de ambos não eram compartilhados. Ela era idealista, gostava de novos desafios e tinha o olhar na linha do horizonte. Ele era mais chão, mais terra, usava as lições do passado como bússola no presente. Não sonhava. Ela queria casar, ele queria viver o momento atual sem alimentar expectativas futuras.
Um pequeno apartamento acolhedor, em um bairro agradável, apareceu em suas vidas em forma de oportunidade de morar junto. Ela pensou no casamento, ele pensou na aquisição imobiliária. Ela chegou a desenhar em um pedacinho de papel o futuro quarto. Fez contas, sabia o quanto custaria reformar armários, ter pra si mais gavetas. E ele pensou em morar sozinho, recebê-la nessa nova casa como visitante, ocasionalmente. Malinhas indo e vindo, essa a imagem dela que mais se adequava ao que ele pretendia. Sem laços, sem compromisso, sem passos maiores do que o tamanho de seu ideal celibatário.
No dia em que ele assinou a escritura de compra do imóvel já não estavam juntos mais. Ela tinha ido embora, em uma noite fria de inverno. Pegou a sacolinha de sempre, atirada em um canto minúsculo de uma sala menor ainda. Foi-se porta afora, sepultando sonhos que sonhou em vão. E ele, indiferente, dormiu em paz.
Relacionamentos sobrevivem de possibilidades reais, enfrentamento de dificuldades lado a lado. Relacionamentos bons alimentam-se de sonhos. O amor deles dois morreu de inanição, árido, seco, esmaecido. Hoje, ele vive feliz na casa nova e ela sumiu, simplesmente ela sumiu.
Hoje, muito cedo, despertei. Este texto parecia ferver em minhas ideias, queria transformar-se em uma nova história. Teria personagens com nomes que eu criaria. Talvez Elisa e Ernesto. Porém, eu me vi nessa história. Eu e malinhas que percorrem cinco quarteirões, entre minha casa e a casa de Divo Latívio. Triste perder o fio da meada, ver o cachecol desfazer-se, ponto a ponto. Triste ter os sonhos matados de fome e sede. Os olhos recém-operados, devido à cirurgia de catarata, evitei chorar. Ao invés de lágrimas, um texto. And the show must goes on. A vida não para, os sonhos se renovam, pois que rufem os tambores! E, apesar do dia tão nublado em minha São Paulo, admirei a linha do horizonte mais uma vez. A vida é maravilhosa, não vou desistir de ser feliz. Jamais! O amor que habita em mim cabe de modo justo no peito de um sonhador.
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