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Apresentação

Este blog nasceu no blog Janela das Loucas, onde assinava "Diva Latívia". Ali permaneci durante muito tempo, como autora principal das crônicas do blog. Redescobri que escrever é vital pra mim, guiada e editada por Abílio Manoel, cantor, compositor, cineasta e meu querido amigo. O Janela das Loucas não existe mais, Abílio foi embora pro Céu. Escrevo porque tenho esse dom divino, mas devo ao Abílio este blog, devo ao Abílio a saudade que me acompanha diariamente. Fiz e faço deste blog uma homenagem a aquele que se tornou meu irmão, de alma e coração. Aqui o tema é variado: cotidiano, relacionamentos e comportamento, em prosa e versos.







16 de mai. de 2012

REFLEXÕES DE DIVA LATÍVIA


Faz alguns dias que, de repente, parei de escrever. Atribuí tamanha falta de inspiração à correria diária, aos muitos compromissos do dia-a-dia. Cá entre nós, parei de escrever no dia em que amanheci triste e sem a menor vontade de comentar o meu problema com alguém. Ensimesmada.
Dizem que a decepção não mata, que essa danada nos ensina a viver. Creio que aprender a viver sob o crivo da tristeza, isso não é um jeito bom de atravessar a existência.  Sobreviver não é o mesmo que viver e, penso assim, eu sobrevivi a muitas desilusões. Amigos deveriam ser irmãos sem laços de sangue. Às vezes, com um pouco mais de sorte, irmãos biológicos são amigos. Nos últimos dias a amizade, a lealdade, o respeito, a cumplicidade, e a falta disso, me levou a refletir e compreender que nem todo aquele  que considero amigo, realmente o é.  
Lembrei-me de minha avó, ao dizer do alto de sua sabedoria que nesta vida pode existir ex-patrão, ex-namorado, ex-marido,  ex-amigo, mas que não existirá jamais ex-filho, ex-mãe, ex-pai, ex-irmão, esses têm o DNA, os genes semelhantes aos nossos e, invariavelmente, nos acompanharão durante um período de nossas vidas, quer a gente queira, ou não. Tenho sorte com minha família, muita sorte. O mesmo sangue, o mesmo sorriso, as mesmas maluquices. Quando nos reunimos é para rirmos adoidado, por assim dizer.
Mas, e os amigos? Amigo real, que se tornou amigo virtual. Amigo que se limitou a enviar mensagens pelo Facebook, por exemplo?  Será que surgiu um novo tipo de amizade, a amizade que cabe em vários “gigas” de um pendrive? Eu mesma, não me conformo com essa modernidade gelada, cinzenta, ocasional. Não quero ter amigos virtuais, quero amigos REAIS, que me olham dentro dos olhos, sentados no sofá de minha sala. Enjoei da internet, sinceramente.
Ex-amigo. Dolorosa constatação, isso existe.  O preço que pago, devido a essa tristeza, é a falta de vontade de escrever. Preço altíssimo  pago por esta escritora amadora, preço pago à vista por Diva Latívia.
Enquanto reflito calada, leio o chamado dos meus leitores, o pedido de um novo texto. Descubro que gente anônima faz parte de minha família virtual. Uma família que se encontra online, que se identifica com as lágrimas, ou com as gargalhadas. Faca de dois gumes, posso dimensionar o risco de isolamento social, especialmente quando acontece o distanciamento do mundo real.
Minha missão é esta: não parar de escrever. Mas, hoje estou sem a menor vontade de digitar palavrinhas.   Amizade real que se tornou semi-virtual. Algo esquisito, que não combina com a minha alma que implora todos os sentidos de modo real.
Tento encontrar o fio da meada, voltar às boas com este blog. Até lá, leitores, peço desculpas. Pela primeira vez em vários anos, faltam palavras, falta o impulso mágico que fez de mim Diva Latívia. Talvez, seja este o momento de eu escrever o meu primeiro livro, diminuir o ritmo de minhas publicações neste blog ( textos diários). Estou em fase de reflexão, um tanto reclusa virtualmente. O meu sol está a brilhar longe do computador, para aqueles que me olham, me escutam, para os que me conhecem realmente. A virtualidade está em xeque... mate?
Voltarei em breve, quem sabe dentro de poucas horas? Talvez, dentro de alguns dias. Enquanto isso, que tal visitar minhas publicações anteriores? Há centenas de textos nos arquivos do blog e, estou certa disso, vocês se identificarão com alguns deles. Voltarei logo! Estejam certos de que, dessa incubação, surgirá novo ânimo e muitos novos textos.

Diva Latívia



2 comentários:

Érica disse...

Seus textos são lindos e emocionantes ! Não pare de escrever nunca !!!

Cláudia Cavalcanti disse...

Érica,

Obrigada pelo seu comentário. Sempre um estímulo muito gratificante saber que tenho leitores que gostam dos meus textos. Volte sempre!
Um beijo