Esses últimos dias, ou os últimos acontecimentos que fervem em mim e ao meu redor, trouxeram de brinde a queda da minha imunidade física. A consequência é óbvia: não consegui trabalhar o suficiente ontem e hoje. Amontoei os travesseiros sobre a cama. Fiz uma espécie de ninho e me acomodei do jeito que pude. Liguei o notebook. Resolvi acompanhar a quantidade expressiva de leitores que acessaram o blog nesses últimos dias. A origem do tráfego, dedurada pelo Google, mostra que brasileiros e estrangeiros aportaram no Diva Latívia. Nem sempre chegaram sem querer, às vezes estavam procurando algo no Google e caíram aqui, nas minhas letrinhas. Uma das pesquisas que fizeram foi sobre “ frases de amor”. Suspirei. Não sei se o suspiro foi de esperança, se foi de desconsolo. Eu, em pleno maremoto, escrevi algo romântico mais de uma vez. Lembrei-me do palhaço, que faz a plateia rir, ainda que esteja triste. Diva palhaça. Procuraram por “ vinho e jazz”, escrevi sobre alguém que saiu para beber vinho e tomou várias garrafas ao som de jazz: Vinho, Jazz e Zuzubem.
Estou triste. Muito triste. Costumo dizer que a vida se parece com um tricô, é feita ponto a ponto e, quando menos esperamos, lá está o resultado, algo que lembra um belo cachecol tricotado. O meu tricô eu tive que desmanchar algumas vezes e cá estou novamente, a desfazê-lo. Perdi algum ponto no meio do trabalho. A incansável busca da felicidade, que não está em outrem, mas dentro de si. A felicidade dentro de mim amanheceu com virose. Enquanto aprendo com o erro, enquanto busco onde foi mesmo que eu errei, sou leitora e derramo o olhar sobre os textos de Diva Latívia. Um achado, parece que fiz uma espécie de conserva para dias nublados feito o de hoje, textos em compota. Doces, amargos, acondicionados em um blog aberto ao mundo. Reservas de afeto para dias cinzentos, para lembrar-me que não há mal que pra sempre dure, nem bem... Bem! Deixem isso pra lá. Continuo a leitura de minhas crônicas.
Em um dos textos, recebo flores de quem sempre esperei. Um tanto desesperada, a última flor que escrevi ficou despetalada. Em outra história, eu me despeço de um amigo que virou estrelinha. Depois outro e mais outro. Quantos! Tantos! Uma constelação. Mais adiante, busco um novo amor, encontro essa promessa. Eu faço versos, ilustro uma palma da mão. Batizo a faxineira de Zezé, o aspirador de pó engole objetos sobre o tapete, a torneira do banheiro jorra água. E tudo isso no mesmo blog, enquanto a vida borbulha. Meus textos, minha cura. Esta é a minha felicidade, tudo o que não será de mim tirado, letrinhas que não me trocarão por outro escritor, que se casaram comigo antes mesmo de eu aprender a escrever. Este blog sou eu. Diva sou eu. Latívia, portanto nascida Diva, segundo meu padrinho Abílio Manoel. Uma Diva que se emociona e consola com sua criação.
Termino exausta, preciso descansar. Virose é a resposta a tudo aquilo o que não tem explicação. O remédio é deixar o tempo passar. Ah, o tempo!
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