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Resolvi prestar um concurso público, afinal desemprego é coisa que acaba com o orçamento da gente. O meu, nem se fala. Cortei a conta do celular, cortei a mesada das crianças e começo a pensar em cortar o mal pela raiz. Divo que se cuide.
Chegou o dia da prova. Aquela gente toda parecia jogo do Corinthians X Palmeiras. Uma multidão para concorrer a dez vagas. Coloquei meus óculos de grau na pontinha do nariz e, na listagem afixada na porta do prédio, descobri qual era a minha sala. Assim que sentei, sorri simpática pro gordinho que estava sentado ao meu lado. Tinha jeito de quem tinha estudado, mau sinal, aquele parecia ser um forte concorrente. Começou a prova. Matemática. Detesto matemática. Sem a calculadora, restavam apenas os meus dedos. Conta muito grande, valia contar os dedos das mãos + os dedos dos pés.
Primeira questão. Deu branco. A soma do quadrado dos catetos é igual à raiz quadrada do quê mesmo? Pulei essa.
A outra questão pareceu a senha para ingressar no inferno: quantos lados tem um triângulo-retângulo? Pensei, pensei. Decidi chutar. Já que é triângulo, mas também é retângulo, então 3+4=7!
Ai de quem fizer piadinha sobre as loiras. Simplesmente não gosto de matemática, que fique tudo bem esclarecido.
Terceira pergunta, essa pareceu pior ainda. Que será que era mesmo logarítimo? Deu vontade de rir.
Quarta pergunta, uma equação. Lembrei que existiam as equações de primeiro grau e as equações de segundo grau.Devo ter falado alto: ai, meu santinho São Toninho. Será que o senhor é bom em tabuada?
O fiscal da sala se aproximou. Senhora, com quem estava falando? Sou sincera, disse que estava rezando. Não teve jeito, o cara não acreditou. Me mandou sentar na primeira fileira. Achei ótimo, quando passei pela carteira do gordinho pude ler o resultado da quinta questão: x=234.
Pra minha sorte, tinha prova de redação. O tema: os reflexos da globalização no século 21. Eita tema furado, coisa mais velha, falta de imaginação! Resolvi escrever uma crônica, quase que assinei “Diva Latívia”.
O restante da prova foi História, Geografia e Inglês. Preciso dizer que chutei tudo e ainda acabei descobrindo depois que a Patagônia não fica no Equador?
Creio, não tenho vocação para ser funcionária pública. Não imagino como seria minha vida atrás de montanhas de papel, carimbos, grampeadores. A vida vista por detrás de um balcão. Errei a prova todinha, fui reprovada, continuo cortando tudo pra economizar. Porém, antes desempregada do que mal remunerada. Lembrei a fábula da raposa e das uvas. Aquele concurso estava verde demais! Concursos públicos, isso não farei mais!
Aqui você encontrará temas ligados a comportamento, relacionamentos e cotidiano.
É proibida a reprodução não autorizada dos textos deste blog, de acordo com a Lei nº9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que regula os direitos autorais.
Apresentação
Este blog nasceu no blog Janela das Loucas, onde assinava "Diva Latívia". Ali permaneci durante muito tempo, como autora principal das crônicas do blog. Redescobri que escrever é vital pra mim, guiada e editada por Abílio Manoel, cantor, compositor, cineasta e meu querido amigo. O Janela das Loucas não existe mais, Abílio foi embora pro Céu. Escrevo porque tenho esse dom divino, mas devo ao Abílio este blog, devo ao Abílio a saudade que me acompanha diariamente. Fiz e faço deste blog uma homenagem a aquele que se tornou meu irmão, de alma e coração. Aqui o tema é variado: cotidiano, relacionamentos e comportamento, em prosa e versos.
5 de out. de 2011
GRAU ZERO
Resolvi prestar um concurso público, afinal desemprego é coisa que acaba com o orçamento da gente. O meu, nem se fala. Cortei a conta do celular, cortei a mesada das crianças e começo a pensar em cortar o mal pela raiz. Divo que se cuide.
Chegou o dia da prova. Aquela gente toda parecia jogo do Corinthians X Palmeiras. Uma multidão para concorrer a dez vagas. Coloquei meus óculos de grau na pontinha do nariz e, na listagem afixada na porta do prédio, descobri qual era a minha sala. Assim que sentei, sorri simpática pro gordinho que estava sentado ao meu lado. Tinha jeito de quem tinha estudado, mau sinal, aquele parecia ser um forte concorrente. Começou a prova. Matemática. Detesto matemática. Sem a calculadora, restavam apenas os meus dedos. Conta muito grande, valia contar os dedos das mãos + os dedos dos pés.
Primeira questão. Deu branco. A soma do quadrado dos catetos é igual à raiz quadrada do quê mesmo? Pulei essa.
A outra questão pareceu a senha para ingressar no inferno: quantos lados tem um triângulo-retângulo? Pensei, pensei. Decidi chutar. Já que é triângulo, mas também é retângulo, então 3+4=7!
Ai de quem fizer piadinha sobre as loiras. Simplesmente não gosto de matemática, que fique tudo bem esclarecido.
Terceira pergunta, essa pareceu pior ainda. Que será que era mesmo logarítimo? Deu vontade de rir.
Quarta pergunta, uma equação. Lembrei que existiam as equações de primeiro grau e as equações de segundo grau.Devo ter falado alto: ai, meu santinho São Toninho. Será que o senhor é bom em tabuada?
O fiscal da sala se aproximou. Senhora, com quem estava falando? Sou sincera, disse que estava rezando. Não teve jeito, o cara não acreditou. Me mandou sentar na primeira fileira. Achei ótimo, quando passei pela carteira do gordinho pude ler o resultado da quinta questão: x=234.
Pra minha sorte, tinha prova de redação. O tema: os reflexos da globalização no século 21. Eita tema furado, coisa mais velha, falta de imaginação! Resolvi escrever uma crônica, quase que assinei “Diva Latívia”.
O restante da prova foi História, Geografia e Inglês. Preciso dizer que chutei tudo e ainda acabei descobrindo depois que a Patagônia não fica no Equador?
Creio, não tenho vocação para ser funcionária pública. Não imagino como seria minha vida atrás de montanhas de papel, carimbos, grampeadores. A vida vista por detrás de um balcão. Errei a prova todinha, fui reprovada, continuo cortando tudo pra economizar. Porém, antes desempregada do que mal remunerada. Lembrei a fábula da raposa e das uvas. Aquele concurso estava verde demais! Concursos públicos, isso não farei mais!
Marcadores:
concursos públicos,
desemprego,
matemática,
reprovação
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2 comentários:
Diva
Me matando de rir...kkkkkkkk
Isso não é coisa de Diva nem de loira não....eu tbém não saberia mais nada disso....ops, mas sou loira...rsrsrsr
Beijos
Isis,
Sem problemas. Vamos unir as nossas forças. Dois zeros equivalem ao dobro de um zero só.
Bj
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