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Não posso dizer que amo o meu pet, afinal o único bichinho de estimação que hoje possuo assina “Divo Latívio”. Em fase de adestramento, já mordeu minha mão algumas vezes nas minhas inúmeras tentativas de colocar em seu anular esquerdo uma coleira.
Ter um animalzinho de estimação, para quem leva a coisa a sério, equivale a ter um filho da espécie homo sapiens. Bicho come, bicho chora, bicho faz xixi e cocô, bicho precisa ser educado, bicho dá trabalho, bicho precisa de amor, bicho traz alegrias e pode trazer tristezas também. É muita responsabilidade tê-los! São lindinhos, mas...
Há trocentos anos atrás, quando eu era uma garotinha, no caminho a pé entre minha casa e a escola, comecei a ser seguida por uma cadelinha vira-lata. Suja, pulguenta, olhar doce. Na porta de casa ela se aboletou. Não saía de jeito nenhum da frente do nosso portão. Resolvi deixar um potinho com água, outro com sobras do jantar. Sabem quando ela foi embora? Dez anos depois, quando morreu velhinha. Adotamos a criaturinha. Deu à luz muitos cãezinhos, tornou-se uma de nossas melhores amigas. Foi aí que eu aprendi que o cachorro escolhe o dono, não o contrário. Terei sido escolhida por Divo? Oh, quanta falta de concentração! Voltarei ao tema.
Ontem, em um papo divertido no Facebook, ou Facecoisa, Isis externou seu profundo desgosto e desespero. Flash, seu cão-sobrinho ( poodle que pertence à sua irmã), está hospedado em sua casa. Essa coisa de não ter com quem deixar o animalzinho, em algumas circunstâncias, é outro motivo pra que eu pense mil vezes antes de adotar um novo pet. Flash já aprontou todas no apartamento da Isis: xixi no tapete, cocô sob a cama, chorou querendo colo, não dormiu e nem a deixou dormir. Possivelmente, sente saudade de sua dona, não está entendendo nada. Deve olhar pra Isis e imaginar que foi ali abandonado, que seu mundo acabou, ou está prestes a acabar. Disse a Isis que seu apartamento tem agora um odor que se parece com o aroma do Rio Pinheiros: podre. Desespero de ambas as partes, portanto.
Estava tudo relativamente bem quando no meio da noite tocou o meu celular. Era a Isis, aos prantos. Não sabia o que fazer para que Flash a deixasse dormir só um pouquinho. O meu conselho parece ter sido bem acolhido e dado algum resultado positivo: dê ao Flash um pedacinho minúsculo de Dramin, aquele remedinho contra enjoo. Ele dormiu, ela dormiu. Ufa, finalmente!
Os veterinários de plantão que me desculpem, mas a saúde mental da minha amiga tem valor inestimável. Hoje, parece, o Flash voltará pra sua casa. Isis terá pela frente a faxina, para tirar o cheiro de pinho sol da sala e o cheiro de cocô de suas narinas. Os tapetes irão pra lavanderia, o sofá precisará ser também lavado. E ela, que não sai do cabeleireiro, está descabelada, unhas por fazer e o olhar meio perdido. Não leva jeito pra ter cachorro, definitivamente: não!
Divo chegou sorrindo contente. Tem pesquisado a raça de nosso futuro cãozinho. Ainda bem que sei domesticar os pets. Comigo, ainda que demore, eles sempre terminam usando uma coleira no pescoço e, dependendo da espécie, no anular esquerdo.
Aqui você encontrará temas ligados a comportamento, relacionamentos e cotidiano.
É proibida a reprodução não autorizada dos textos deste blog, de acordo com a Lei nº9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que regula os direitos autorais.
Apresentação
Este blog nasceu no blog Janela das Loucas, onde assinava "Diva Latívia". Ali permaneci durante muito tempo, como autora principal das crônicas do blog. Redescobri que escrever é vital pra mim, guiada e editada por Abílio Manoel, cantor, compositor, cineasta e meu querido amigo. O Janela das Loucas não existe mais, Abílio foi embora pro Céu. Escrevo porque tenho esse dom divino, mas devo ao Abílio este blog, devo ao Abílio a saudade que me acompanha diariamente. Fiz e faço deste blog uma homenagem a aquele que se tornou meu irmão, de alma e coração. Aqui o tema é variado: cotidiano, relacionamentos e comportamento, em prosa e versos.
8 de out. de 2011
DE CÃES E DE HOMENS
Não posso dizer que amo o meu pet, afinal o único bichinho de estimação que hoje possuo assina “Divo Latívio”. Em fase de adestramento, já mordeu minha mão algumas vezes nas minhas inúmeras tentativas de colocar em seu anular esquerdo uma coleira.
Ter um animalzinho de estimação, para quem leva a coisa a sério, equivale a ter um filho da espécie homo sapiens. Bicho come, bicho chora, bicho faz xixi e cocô, bicho precisa ser educado, bicho dá trabalho, bicho precisa de amor, bicho traz alegrias e pode trazer tristezas também. É muita responsabilidade tê-los! São lindinhos, mas...
Há trocentos anos atrás, quando eu era uma garotinha, no caminho a pé entre minha casa e a escola, comecei a ser seguida por uma cadelinha vira-lata. Suja, pulguenta, olhar doce. Na porta de casa ela se aboletou. Não saía de jeito nenhum da frente do nosso portão. Resolvi deixar um potinho com água, outro com sobras do jantar. Sabem quando ela foi embora? Dez anos depois, quando morreu velhinha. Adotamos a criaturinha. Deu à luz muitos cãezinhos, tornou-se uma de nossas melhores amigas. Foi aí que eu aprendi que o cachorro escolhe o dono, não o contrário. Terei sido escolhida por Divo? Oh, quanta falta de concentração! Voltarei ao tema.
Ontem, em um papo divertido no Facebook, ou Facecoisa, Isis externou seu profundo desgosto e desespero. Flash, seu cão-sobrinho ( poodle que pertence à sua irmã), está hospedado em sua casa. Essa coisa de não ter com quem deixar o animalzinho, em algumas circunstâncias, é outro motivo pra que eu pense mil vezes antes de adotar um novo pet. Flash já aprontou todas no apartamento da Isis: xixi no tapete, cocô sob a cama, chorou querendo colo, não dormiu e nem a deixou dormir. Possivelmente, sente saudade de sua dona, não está entendendo nada. Deve olhar pra Isis e imaginar que foi ali abandonado, que seu mundo acabou, ou está prestes a acabar. Disse a Isis que seu apartamento tem agora um odor que se parece com o aroma do Rio Pinheiros: podre. Desespero de ambas as partes, portanto.
Estava tudo relativamente bem quando no meio da noite tocou o meu celular. Era a Isis, aos prantos. Não sabia o que fazer para que Flash a deixasse dormir só um pouquinho. O meu conselho parece ter sido bem acolhido e dado algum resultado positivo: dê ao Flash um pedacinho minúsculo de Dramin, aquele remedinho contra enjoo. Ele dormiu, ela dormiu. Ufa, finalmente!
Os veterinários de plantão que me desculpem, mas a saúde mental da minha amiga tem valor inestimável. Hoje, parece, o Flash voltará pra sua casa. Isis terá pela frente a faxina, para tirar o cheiro de pinho sol da sala e o cheiro de cocô de suas narinas. Os tapetes irão pra lavanderia, o sofá precisará ser também lavado. E ela, que não sai do cabeleireiro, está descabelada, unhas por fazer e o olhar meio perdido. Não leva jeito pra ter cachorro, definitivamente: não!
Divo chegou sorrindo contente. Tem pesquisado a raça de nosso futuro cãozinho. Ainda bem que sei domesticar os pets. Comigo, ainda que demore, eles sempre terminam usando uma coleira no pescoço e, dependendo da espécie, no anular esquerdo.
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2 comentários:
Hahahah....muito bom.....
Ai, tadinho do Flash....a Isis não deu dramin pra ele não.....ela o trancou no banheiro do quarto dela...e como ele chorava....ela colocou um música e voltou a tentar dormir....
Adorei o texto Diva......hehhe
Beijos
Sua tia desnaturada!!! kkkk
Bj
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