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Acordei atrasada, tomei banho às pressas, vesti a primeira roupa que peguei no guarda-roupa. Bebi um suco de laranja, aqueles de embalagem longa vida. Quando cheguei à rua, um morador vizinho me cumprimentou com o olhar esquisito: - oi, lindo dia! Achei tão bonitinho, respondi: pra você também. Entrei no metrô. O homem da bilheteria pareceu ter fixado em mim os olhos. Eu era a terceira da fila, mas ele olhava pra mim. Pedi dois bilhetes, ele ainda continuou a olhar pra mim. Resolvi me despedir dizendo o que o vizinho tinha dito pra mim: tenha um lindo dia. Ele sorriu meio de ladinho, fez sinal de positivo. Que gracinha!
Ai, eu estava me sentindo uma sementinha do bem. Tão bom encontrar pessoas com a alma elevada! Entrei no trem do metrô. Um garotão de uns 16, 17 anos, sentado bem em frente a mim, sorriu. Sorriu e não tirava os olhos de mim. De novo? Assim foi até a estação Sé, quando me levantei pra descer do trem. E, na escada rolante, um homem mais velho disse: ô coisa linda! Um homem galante. Eu estava nas nuvens.
Cheguei à repartição pública onde precisava entregar um documento. O recepcionista pediu o meu RG e também o número do meu celular. Obediente, forneci o que ele solicitou. Cheguei ao andar que procurava, perguntei pelo tal do Sebastião Haroldo, o chefe da sessão. Entrei na sala do sujeito. Atrás de pilhas de papel, grampeadores, computador antigo, lá estava o dito cujo. Pareceu indiferente à minha presença. Esperei, impaciente. Por fim, olhou pra mim. E, sem nada dizer, sorriu. Novamente, olhos fixos em mim. Pegou o papel, algo que deveria ser indeferido, afinal esses órgãos públicos complicam tudo. Pois ele pediu que eu sentasse, ofereceu café, água. Sempre olhando pra mim. Perguntou se eu era solteira, se era casada. E deferiu o pedido! Sinceramente, eu agradeci aos Céus. Aquele era o meu dia de sorte!
Fui direto pro trabalho. O porteiro sorriu simpático, o ascensorista me chamou pelo meu apelido e disse que eu estava linda. Ai, que felicidade! Quando entrei na minha sala, sentei na cadeira, veio a Cidinha, minha colega. – Diva, pelo amor de Deus! Você está com a blusa totalmente desabotoada, feche isso! Olhei pra minha roupa. O botão aberto, na altura do decote. Tudo de fora. Foi assim que entendi que não fui abençoada com energia positiva vinda dos meus semelhantes. Não foi bom astral, nem bondade. Eram homens admirando a paisagem, janela aberta, botão faltando. Acabei de receber um torpedo no celular: gostosaaaaa!!! Pensei que fosse engano, mas lembrei do recepcionista da repartição pública. Só pode ter sido ele. Como dizia minha avó: pra viver é preciso ter peito. Isso eu tenho de sobra.
Aqui você encontrará temas ligados a comportamento, relacionamentos e cotidiano.
É proibida a reprodução não autorizada dos textos deste blog, de acordo com a Lei nº9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que regula os direitos autorais.
Apresentação
Este blog nasceu no blog Janela das Loucas, onde assinava "Diva Latívia". Ali permaneci durante muito tempo, como autora principal das crônicas do blog. Redescobri que escrever é vital pra mim, guiada e editada por Abílio Manoel, cantor, compositor, cineasta e meu querido amigo. O Janela das Loucas não existe mais, Abílio foi embora pro Céu. Escrevo porque tenho esse dom divino, mas devo ao Abílio este blog, devo ao Abílio a saudade que me acompanha diariamente. Fiz e faço deste blog uma homenagem a aquele que se tornou meu irmão, de alma e coração. Aqui o tema é variado: cotidiano, relacionamentos e comportamento, em prosa e versos.
27 de out. de 2011
O BOTÃO DA BLUSA QUE EU USAVA
Acordei atrasada, tomei banho às pressas, vesti a primeira roupa que peguei no guarda-roupa. Bebi um suco de laranja, aqueles de embalagem longa vida. Quando cheguei à rua, um morador vizinho me cumprimentou com o olhar esquisito: - oi, lindo dia! Achei tão bonitinho, respondi: pra você também. Entrei no metrô. O homem da bilheteria pareceu ter fixado em mim os olhos. Eu era a terceira da fila, mas ele olhava pra mim. Pedi dois bilhetes, ele ainda continuou a olhar pra mim. Resolvi me despedir dizendo o que o vizinho tinha dito pra mim: tenha um lindo dia. Ele sorriu meio de ladinho, fez sinal de positivo. Que gracinha!
Ai, eu estava me sentindo uma sementinha do bem. Tão bom encontrar pessoas com a alma elevada! Entrei no trem do metrô. Um garotão de uns 16, 17 anos, sentado bem em frente a mim, sorriu. Sorriu e não tirava os olhos de mim. De novo? Assim foi até a estação Sé, quando me levantei pra descer do trem. E, na escada rolante, um homem mais velho disse: ô coisa linda! Um homem galante. Eu estava nas nuvens.
Cheguei à repartição pública onde precisava entregar um documento. O recepcionista pediu o meu RG e também o número do meu celular. Obediente, forneci o que ele solicitou. Cheguei ao andar que procurava, perguntei pelo tal do Sebastião Haroldo, o chefe da sessão. Entrei na sala do sujeito. Atrás de pilhas de papel, grampeadores, computador antigo, lá estava o dito cujo. Pareceu indiferente à minha presença. Esperei, impaciente. Por fim, olhou pra mim. E, sem nada dizer, sorriu. Novamente, olhos fixos em mim. Pegou o papel, algo que deveria ser indeferido, afinal esses órgãos públicos complicam tudo. Pois ele pediu que eu sentasse, ofereceu café, água. Sempre olhando pra mim. Perguntou se eu era solteira, se era casada. E deferiu o pedido! Sinceramente, eu agradeci aos Céus. Aquele era o meu dia de sorte!
Fui direto pro trabalho. O porteiro sorriu simpático, o ascensorista me chamou pelo meu apelido e disse que eu estava linda. Ai, que felicidade! Quando entrei na minha sala, sentei na cadeira, veio a Cidinha, minha colega. – Diva, pelo amor de Deus! Você está com a blusa totalmente desabotoada, feche isso! Olhei pra minha roupa. O botão aberto, na altura do decote. Tudo de fora. Foi assim que entendi que não fui abençoada com energia positiva vinda dos meus semelhantes. Não foi bom astral, nem bondade. Eram homens admirando a paisagem, janela aberta, botão faltando. Acabei de receber um torpedo no celular: gostosaaaaa!!! Pensei que fosse engano, mas lembrei do recepcionista da repartição pública. Só pode ter sido ele. Como dizia minha avó: pra viver é preciso ter peito. Isso eu tenho de sobra.
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4 comentários:
Excelente história! hahahahaha
O lado bom é que você colocionou, mesmo que por pouco tempo, alguns admiriadores. Foram seus longos minutos de fama.
kkkk... Ulisses, você não conhece Diva Latívia... Ela faz um certo sucesso, mas é completamente distraída. Porém, colecionar admiradores em repartição pública e no metrô, isso estava fora do script.
Que bom que gostou da história! Obrigada pelo comentário!
Beijo
kkkkkkkkkkkkkkkkkk....Muito bom!
Quase não termino de ler, pois quando eu sorrio demais, meus olhinhos chegam a se fechar...Ri demais...
Tá com tudo em cima eim...Sempre Dívaaaaaa....
Glenda,
Com tudo em cima do chão...kkkkk
Que bom que gostou do texto!
Beijos
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